Panorama de Mercado 26/11/2021

BOI GORDO

O primeiro passo foi dado.

Após mais de 80 dias de suspensão total das importações da carne brasileira pela China, nesta terça-feira (23), tivemos a liberação parcial da carne produzida, mais especificamente com certificação anterior ao dia 04/09.

“O próximo passo é liberarmos a suspensão da carne brasileira daqui pra frente. Então, estamos em andamento nesse processo e eu espero que isso aconteça ainda no próximo mês”, declarou a ministra Tereza Cristina.

Essa é uma notícia muito boa para a bovinocultura de corte brasileira e vem colaborar com a recuperação de preços da @ que já vem ocorrendo a algumas semanas.

Embora as pastagens em algumas regiões ainda não tenham se recuperado totalmente, já está sendo suficiente para os pecuaristas manterem os animais no campo, restringindo a oferta de animais para a abate. A oferta de animais “de cocho” também vem diminuindo conforme entramos no período das águas em cada região, agravado pela baixa entrada de animais nos confinamentos nos últimos meses devido as incertezas dos preços de venda, reposição cara e nutrição que não cedeu muito.

No mercado interno, o boi casado subiu no comparativo semanal, porém ainda continua com vendas compassadas conforme a sazonalidade do mês. A expectativa de uma demanda maior para as festas de final de ano deve ajudar a manter a cotação do boi gordo firme para o mês de dezembro.

Como já comentamos em outros panoramas de mercado, acreditamos que a indústria terá muita dificuldade de performar as escalas de abate no 1º trimestre de 2022. Podemos observar no mercado futuro essa precificação, onde os contratos desse período já precificam a @ acima dos R$330,00

O preço do bezerro de 12m segundo a Esalq/CEPEA foi ficou cotado em R$2.821,29, queda de 2% no comparativo semanal, porém ainda aponta valorização de 1,92% no mês.

Abaixo quadro resumo da semana:

MILHO

Com o avanço do preço do milho e do trigo no mercado internacional, a semana teve alta nas cotações no mercado interno, que busca ajustar os preços aos de paridade de exportação na faixa de R$86 a R$90 FOB porto, criando assim um suporte de preços no mercado interno, mesmo sem o apetite dos compradores locais.

No MT o mercado ainda está bastante travado, com volumes relevantes apenas para exportação que vem trabalhando para entregas até 20 de dezembro e pagamento para 15 de janeiro com preços na casa de R$69,00 na região de Nova Mutum + 60km de raio. No spot para mercado interno a diferença de preços entre vendedores e compradores ainda está grande, com compradores dispostos a pagar valores próximos a R$66/sc e vendedores apontando R$70/sc na região de Diamantino.

No sul, principal região produtora de milho 1ª safra, o Departamento de Economia Rural do Paraná (DERAL) aumentou a projeção de produção para 4,2MT, já no RS a EMATER divulgou que a baixa humidade do solo tem prejudicado o desenvolvimento das lavouras.

O mercado futuro vem precificando a paridade de exportação e trabalhou com valorização nos contratos com vencimento mais curtos (1ª safra) e praticamente de lado nos vencimentos mais longos (2ª safra).

Abaixo quadro resumo da semana:


DÓLAR

A moeda americana que vinha trabalhando em queda durante a semana com o clima de menor temor ao risco por parte dos investidores, viu o mercado estressar rapidamente na última sexta-feira devido a descoberta de uma nova variante do coronavírus na África do Sul, com isso investidores buscaram sair de ativos de maior risco, buscando proteger as suas carteiras sendo o dólar uma das opções mais procuradas.

Mesmo assim no comparativo semanal, o dólar ficou praticamente estável frente ao Real.

No âmbito doméstico as atenções seguem voltadas à tramitação da PEC dos Precatórios no Senado e a inflação que teve o IPCA-15 (prévia do da inflação oficial) para novembro divulgada com 1,17% acumulando alta de 10,73% no ano.

O Dólar PTAX está cotado para venda em R$5,55865(-0,50%semana).

O IBOVESPA fechou em 102.224pontos (-0,79%semana).